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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Arara do Rio Amônia

Toy Art Arara do Rio Amônia


#NomesOutros nomes ou grafiasFamília linguísticaInformações demográficas
17Arara do Rio AmôniaApolima-Arara, Arara Apolima
UF / PaísPopulaçãoFonte/Ano
AC297Siasi/Sesai 2012


As famílias indígenas que se reconhecem como Arara no rio Amônia possuem na verdade uma composição étnica múltipla, destacando-se os grupos familiares Arara propriamente falando e os de origem Amawáka, Koníbo, Santa Rosa,  Kampa e Kaxinawá.

Várias famílias, além disso, possuem influência marcante dos laços de parentesco estabelecidos ao longo do tempo com a população regional não indígena. A área cuja demarcação é reivindicada pelos Arara encontra-se hoje inserida nos limites, por um lado, do Projeto de Assentamento Amônia, sob a jurisdição do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do Parque Nacional da Serra do Divisor, sob a jurisdição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Parte da área ocupada pelos Arara sobrepõe-se à Reserva Extrativista do Alto Juru á.Situada no contexto de seringais nativos, desde as duas últimas décadas do século XIX, esta reserva, com extensão estimada de 506.186 hectares, integra um mosaico contínuo de áreas protegidas que atualmente se encontram em diferentes etapas de seus processos de regularização fundiária. Dentre elas, destacam-se 21 terras indígenas com extensão estimada em 1.653.693 hectares, das quais 15 já estão regularizadas.

População 

A população atual é de 135 pessoas morando nas localidades: Pedreira, Assembléia e Jacamim, além de outras pessoas espalhadas pela região, esse povo luta pelo reconhecimento étnico e pela conquista de sua terra.

O Nome

Apolima-Arara tem origem na mistura étnica à qual esse povo foi submetido ao longo da história. Foi formado por indígenas das etnias Chama, Amoaka, Santa Rosa, Arara e Jaminawa. Além da miscigenação, o nome faz referência a uma localidade no Peru onde teriam morado algumas dessas pessoas, entre elas o Sr. Thaumaturgo de Azevedo, um dos mais idosos do povo e a pessoa com quem o CIMI manteve os primeiros contatos em 1999, quando esse povo resolveu se mostrar à sociedade não indígena e reivindicar os seus direitos.

Língua

Todos falam a língua materna, além do português, e há casos em que se fala o espanhol e também o Ashaninka. Predomina, no entanto, a língua Pano, falada principalmente pelos Arara e Jaminawa que fazem parte da composição étnica do povo.

Localização e Questões de Terra

Em agosto de 2000 a Funai divulgou o relatório de identificação do povo confirmando o reconhecimento desse povo como sendo indígena e indicando que, em razão de serem indígenas, precisariam ser assistidos pelo órgão indigenista oficial. A partir daí se intensificou a luta pelos seus direitos, principalmente o direito a terra.
Territorio Arara do Rio Amonia

Os Apolima-Arara não possuem escola diferenciada nem professores indígenas. No entanto, há, no rio Amônia, próximo à área onde mora boa parte da população, uma escola cuja professora mantém boas relações com a comunidade. Não possuem agentes de saúde indígenas e a assistência à saúde é feita no posto da cidade de Marechal Thaumaturgo ou, esporadicamente, pela Funasa, através de convênio com a UNI.

Residem em áreas de terras pertencentes ao Exército brasileiro, à reserva extrativista e em um assentamento do Incra. Alguns desses indígenas conquistaram lotes no assentamento Amônia e ali praticam a agricultura de subsistência. Apesar da proximidade com a cidade, mantém vivas as tradições, inclusive o artesanato. Quando tem excedente de produção, a comercialização é feita diretamente com os consumidores em Marechal Thaumaturgo. Não há nenhum projeto implantado ou em fase de implantação junto a esse povo. Alguns moradores do assentamento conseguiram financiamento com o Basa, mas nada que possa ser considerado como um investimento direto e planejado.

Posto que estão em áreas separadas, próximas à cidade e sob influência de não índios, os Apolima-Arara estão praticamente impossibilitados de exercerem a atividade da caça. A pesca só é realizada durante o verão e apenas para o consumo. A base da alimentação desse povo é a macaxeira, natural ou em forma de farinha. Também da macaxeira fazem a caiçuma, bebida muito apreciada por todos e consumida durante as festas e reuniões.

Consideram-se católicos, mas praticam a pajelança e rituais próprios. Há uma separação entre o pajé e o curandeiro. O curandeiro normalmente utiliza o conhecimento das ervas e rezas “milagrosas” enquanto o pajé, que se mantém em segredo, atua no restrito meio espiritual, não realiza curas, apenas orienta para uma boa vida espiritual, dá conselhos e faz previsões.

A família é patrilinear, obedecendo ao costume dos ribeirinhos e seringueiros da região. Tradicionalmente praticavam a poligamia, mas atualmente os casamentos são monogâmicos e o núcleo familiar é formado pelo pai, a mãe e os filhos. A relação com a comunidade é extrafamiliar, por isso o roçado, bem como toda a produção, embora tenha a participação eventual da comunidade, se dá no restrito meio da família nuclear. Os nomes pessoais são dados pelos pais, quase sempre em português, e lembram nomes de antigos seringalistas e patrões. Não é raro encontrar várias pessoas com o mesmo nome e sobrenome. Por exemplo: “Francisco dos Santos Siqueira”.

Os Apolima-Arara têm tido constantes conflitos com parceleiros do Incra e com a administração municipal que não querem que a área reivindicada se torne terra indígena. Segundo dados do Incra o Projeto de Assentamento Amônia possui 26.000 ha. Sendo que boa parte não está cumprindo a função de regularização fundiária, mas está destinada ao Parque Nacional da Serra do Divisor. A outra parte, pertencente ao Exército brasileiro, está destinada à construção de um “quartel” para pelotão de fronteira. No entanto, não há nenhum pronunciamento oficial do Exército a esse respeito e nem indícios de que tal quartel venha a ser construído.

Estudos mais aprofundados sobre esse povo têm sido feitos pelo CIMI e, acredita-se que, com a conquista da terra, o povo voltará à sua organização tradicional, favorecendo o estudo e a conseqüente compreensão do modo de vida e da cultura do povo.

Referências

http://www.amazonlink.org/amazonia/culturas_indigenas/povos/apolina.html



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